sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dossiê Rê Bordosa


Título Original: Dossiê Rê Bordosa (Brasil, 2008) 
Gênero:
Animação / Documentário
Direção: César Cabral Roteiro: César Cabral, Leandro Maciel, Carla Gallo 
Elenco:
Angeli (Entrevistado)Laerte (Entrevistado) Grace Gianoukas ( Bordosa

Quem se lembra da Rê Bordosa ficou com saudades. Em 1987, Angeli, o pai da alucinada personagem a matou sem maiores explicações, deixando uma lacuna no universo das charges brasileiras e uma indagação nos corações de seus fãs e admiradores. 

Muito sexo, drogas e rock n´roll, além de noitadas insanas pelos bares da vida eram parte do cotidiano da balzaquiana que ficou famosa nas páginas da falecida publicação Chiclete com Banana.

Mas qual foi a razão que levou o cartunista a matar sua mais célebre criação, definida por ele como a legítima porraloca ? Alguns especulam que Rê Bordosa se casou, sossegou o facho e vive feliz e cozinhando para seus pimpolhos, mas outros sustentam que ela foi vítima de um crime bárbaro e misterioso.

É sobre essa hipótese que trabalha o curta-metragem “Dossiê Rê Bordosa”, que tive a sorte de assistir na 3ª edição do Festival de Cinema do Paraná. O curta de César Cabral vêm recebendo as melhores críticas e colhendo os louros da fama desde que estreou.

Uma série de entrevistas com criador e criatura, além de amigos de Angeli e de Rê Bordosa, como o infame Bob Cuspe, procuram jogar uma luz e descobrir pistas sobre o crime que marcou a cena urbana dos anos 80. 
Os entrevistados foram transformados em bonecos de massinha e animados por stop motion, criando um efeito hilário sobre as falas originais. 

As entrevistas de Angeli, Laerte e outros personagens reais se intercalam com o submundo da ficção e cenas da personagem mais escrachada dos quadrinhos, criando as situações mais improváveis e inverossímeis, além de contar com uma análise psicológica detalhada de criador e criatura.
 Impagável interpretação de Grace Gianoukas na voz de Rê Bordosa, em um bar escuro declamando com voz embargada: “Depois das cinco da manhã...faço coisas que até Deus duvida!”

Ao final do curta, ovação geral da platéia por vários minutos, a sensação de alma lavada e de nostalgia, afinal o sonho acabou.




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