sexta-feira, 17 de abril de 2009

Fim dos (Bons) Tempos


Título Original: The Happening (EUA,2008)
Gênero:
Drama/Suspense
Direção:
M. Night Shyamalan
Roteiro:
M. Night Shyamalan


Elenco:


Mark Wahlberg
(Elliot Moore)
Zooey Deschanel
(Alba Moore)

John Leguizamo (Julian)

Mesmo com sua curta filmografia, M. Night Shyamalan nunca deixou de impressionar. Seus filmes tem uma espécie de atração inexplicável para o público que se deixa levar por um mundo sobrenatural e imaginativo, que quase sempre revela uma surpresa no final.

Em “Fim dos Tempos” o diretor indiano finalmente perde a mão, algo que era prenunciado por críticos sempre à espera de um filme à altura de “O Sexto Sentido” e pelo fracasso de público e crítica de “A Dama da Água”, de 2006.


O começo é impressionante. Inexplicavelmente e sem aviso, pessoas no Central Park começam uma onda de suicídios sem razão nem motivo aparente. É verdadeiramente assustador. Aparentemente, o estranho fenômeno é causado por uma toxina, que carregada pelo ar afeta a região de cérebro responsável pelo instinto de auto-preservação. O filme foca em um grupo de personagens que busca fugir do vento mortífero, liderados pelo professor Elliot Moore, interpretado pelo sempre razoável mas sem sal Mark Wahlberg.

Na verdade, o filme não diz a que veio nem o que pretende. Nem de longe os personagens são tão bem construídos como em “A Dama na Água”, que na minha opinião é sua melhor obra. A impressão que dá é que apenas ao personagem do Mark Wahlberg foi dedicado um pouco de atenção e profundidade, e Zooey Deschanel como sua esposa está impagável com uma expressão de “que que eu to fazendo aqui? ?” Ela parece estar no filme errado do começo ao fim. John Leguizamo interpreta seu amigo e colega de trabalho que embarca na fuga com o casal e com sua filhinha de oito anos, Jess. É um ator carismático, e no entanto extremamente mal-aproveitado com diálogos absolutamente superficiais sobre equações e enigmas matemáticos. Pois é. 

Espectadores indecisos e decepcionados saem do cinema frustrados, quase que invariavelmente. Percebi isso já que estive em duas sessões. Mesmo assim, em defesa de Shyamalan, ainda existe um apelo indefinível, que se tornou sua marca registrada. Talvez seja o fato de como um amigo bem comentou, ele tratar sempre de alguma ameaça invisível, seja ao corpo ou ao espírito. Ora são os mortos, ora são alienígenas e dessa vez, uma toxina letal.

Shyamalan parece não se importar muito com os críticos, até porque invariavelmente suas obras são alvo de comentários negativos, provavelmente porque ele costuma ir além do mero entendimento superficial e linear da trama. Em “A Dama na Água”, um dos melhores personagens do filme faz um crítico de cinema (espécie eternamente crica e retratada por ele como um chato de galochas) que é devorado por um monstro durante uma festa. Uma pequena vingancinha talvez. E quem pode julgá-lo? 








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